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A especialista em armas

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Especialista em armas,rockeira e muito,mas muito anti-social

sábado, 28 de julho de 2012

Tudo se torna pequeno diante do "desconhecido".


~Sierra narrando ON~ 
O susto me despertou completamente. E depois a raiva me ajudou a perder o sono. 
Deitei na cama, respirei fundo e tentei dormir. Com muito esforço eu consegui. Mas minha felicidade nunca dura. Parecia que eu tinha fechado os meus olhos por somente dois minutos quando ouvi distantemente a voz de Bobby chamando meu nome. 
- Sierra! Vamos, acorde! Temos que pegar a estrada daqui a meia hora. - ele dizia, abrindo a porta. 
Eu estava completamente coberta pelo o edredom, por isso só coloquei a mão esquerda pra fora pedindo mais cinco minutos. Bobby saiu do quarto. Mas voltou logo depois.
- Vamos, já passou dez minutos. Não quero me atrasar por sua causa. - ele disse, puxando as cobertas de cima de mim. 
Sentei na cama bufando. Olhei pra Bobby e ele riu.
- Bom dia, panda! - e saiu rindo do meu quarto. 
Levantei e fui até o espelho e tive que rir também. Eu estava totalmente descabelada, o rímel e o lápis de olho preto haviam derretido, formando duas bolas em volta dos meus olhos. 
Vinte minutos depois eu já estava pronta, na sala esperando por eles.
- Vocês não me apressaram tanto? Agora eu tenho que esperar. - falei cruzando os braços na cozinha. 
- Não temos culpa, se você é a única garota no mundo que se arruma rápido. - Bobby disse, me dando um copo cheio de leite. 
- O que estamos esperando? - perguntei.
- Sam tomar banho. - Helen disse.
- Quem vai? - falei puxando uma cadeira.
- Helen, eu, você e Sam. - Bobby disse abrindo o jornal.
- Porque o preguiçoso do Dean não vai? - perguntei olhando pela janela.
- Alguém tem que ficar aqui, cuidando e estudando a Colt. Não temos tempo a perder. - Bobby respondeu. 
- E a loira vai ficar pra estudar também? - falei ironicamente. 
- Não quero que vocês acabem matando uma a outra. - Helen disse, eu ri concordando.
- Você tem bom senso. - disse pra ela, Bobby bufou.
- Estou pronto. - Sam falou, aparecendo na porta sacudindo com a mão o cabelo molhado. Suspirei.
- Já não era sem tempo, Justin Bieber. - Bobby zombou, eu gargalhei.
- Tá muito engraçadinho hoje, Bob. - falei, ele ignorou. Saímos da cozinha, pegamos nossas mochilas e fomos até aonde os carros ficavam.
- Vamos todos no meu carro. - Bobby avisou. 
- Nem pensar. Não vou deixar meu carro aqui. - falei.
- Mas Dean vai ficar pra cuidar. - Sam disse.
- Por isso mesmo. - argumentei. 
- Ok. Sam, você vai com essa chata que bebeu quase toda a minha única garrafa de Absinto. - ele disse me olhando feio. 
- Você guardava aquela garrafa pra suícidio, não é? - debochei.
- Sim, só eu sei o quanto eu tive que subornar pra ter aquela garrafa. - ele disse de mau humor, indo até seu carro.
- Ah, para de reclamar. - falei rindo. 
Sam e eu entramos no meu carro, e ele olhou tudo com admiração. 
- Incrível. - ele disse. Eu sorri. 
- Meu tesouro. - falei carinhosamente para o carro, ele riu. 
- Como conseguiu? - ele perguntou.
- Salvei um bilionário das mãos de um metamorfo. - disse dando de ombros. Dei a partida e segui Bobby até a estrada.
- Grande recompensa. - ele disse rindo fraco.
- Concordo. - falei. 
- Sempre gostei de carros assim. - Sam falou depois de uns minutos de silêncio, puxando assunto.
- Pensei que você fosse que nem o seu irmão. - falei.
- Como? - ele perguntou com um ar ofendido. Eu ri.
- Ah, que gostasse de coisas velhas. - disse, ele riu também.
- Não. Dean é mais parecido com meu pai. - ele falou com um tom de voz estranho.
- Percebi assim que o conheci. - comentei.
- Meu pai era o heroí de Dean. Ele tenta ao máximo ser como ele. - Sam disse olhando pela janela. Pensei bem nas palavras que iria falar.
- Parece que você não se dava tão bem com John assim... - falei com cuidado. Sam me olhou.
- Não muito. - ele concordou.
- Porque? Ah, deixe-me adivinhar: Você não queria ser um caçador. - brinquei.
- Acertou de novo. - ele riu.
- Porque não? Correr risco é tão bom, salvar pessoas e nem receber um "muito obrigado" das pessoas é recompensador. - ironizei, nós rimos. 
- Sempre quis ser normal. Tentei ser por um tempo, mas não deu muito certo. - Sam falou, dando de ombros.
- Bobby me contou uma vez que você estava na faculdade. - comentei, ainda seguindo o carro de Bobby.
- Sério? - Sam perguntou surpreso.
- Sim, teve um tempo em que o grande sonho de Bobby era me ver na faculdade também. - revirei os olhos com essa idéia.
- E você não quis? - perguntou. 
- Era o sonho de Bobby, não o meu. - falei séria.
- E qual é o seu sonho, então? - ele perguntou sorrindo. 
- Caçadores não podem ter sonhos. - falei olhando para a estrada.
- Você não sonha em ter uma família, ter uma vida normal, feliz? - Sam se espantou.
- Você conhece algum caçador que tenha ou teve uma vida normal e feliz? - perguntei em resposta, o que fez Sam ficar em silencio. 
- Só porque ninguém fez, não quer dizer que é impossível. - ele disse depois de alguns segundos quieto. 
- O seu sonho é esse, então? - perguntei, ele sorriu sem jeito. 
- Eu ainda acredito que eu possa ser feliz. Você não? - ele disse. 
- Eu não digo que eu sou feliz, mas estou satisfeita com a vida que eu levo. Pode zoar meio cliché, mas nós caçadores somos uma menoria, que sacrifica a nossa "vida feliz" para que outras pessoas sejam felizes. - respondi.
- Então, você é uma pessoa sem esperança. - ele disse, nós rimos.
- Talvez, eu só não me imagino mãe de família, cuidando do jardim, esperando meu marido chegar em casa do bar antes de servir o jantar. - falei, fazendo Sam gargalhar. - Família nos faz vulnerável. Ainda mais se nos casarmos com pessoas normais, que não sabem o que a gente sabe. Eles vão ser sempre nosso ponto fraco, e colocaremos eles em risco sempre. - continuei. 
- Credo, parece meu irmão falando. - ele comentou rindo.
- Sério? Então esquece que eu disse isso. - falei brincando.
   Uma hora depois, Bobby nos ligou avisando que o bruxo tinha entrado em contato, falando que estava nos esperando numa lanchonete na próxima cidade que entrariamos. 
- Tem medo de velocidade, Sam? - perguntei.
- Não, porque? - ele perguntou, receoso.
- Então vou ti mostrar o que o meu Jack pode fazer. - falei sorrindo.  
    Fui pro acostamento para ultrapassar o carro de Bobby, que estava na frente. Coloquei o Porsche ao lado da Maverick de Bobby, abanei pra ele, buzinei e acelerei deixando-os pra traz facilmente. 
Sam sorria olhando pela janela do carro. Eu sorria também, porque velocidade sempre me deixava em ecstasy. Eu sentia o vento entrando pela janela e me sentia bem, como sempre acontecia quando estava dirigindo. 
Mas essa sensação boa não durou muito. Eu acabei me lembrando para onde nós estavamos indo. Ou melhor, com quem nós iriamos nos encontrar. 
Comecei a suar frio. Minhas mãos começaram a resbalar no volante. Tentei secar as mãos na calça sem que Sam visse, mas ele estava ocupado degustando a adrenalina para perceber o meu nervosismo.
Assim que parei na frente da lanchonete que o bruxo estaria, abri o porta luvas e peguei um atilho de cabelo e sai do carro. 
- Vamos entrar ou esperar? - Sam perguntou. Em resposta, só me escorei no carro e comecei a prender o cabelo de qualquer jeito. 
Não estava calor, o que impedia que eu pudesse usar essa desculpa por estar me desfazendo em liquidos de tanto nervosismo. 
Percebia que Sam estava me observando. Mas eu desviava o olhar sempre que ele estava me olhando. 
- Porque está tão nervosa? - enfim ele perguntou. Só o olhei, virei o rosto logo em seguida sem responder. 
Vinte minutos depois Bobby estacionou o carro atras do meu. 
- Até que enfim. - falei. Bobby me olhou feio.
- Não tenho culpa se você quis dar uma de Papaleguas! - ele disse, ignorei. Depois disso, Bobby me lançou um olhar tranquilizador. 
Entramos os quatro na lanchonete. Helen olhou em volta e apontou para uma mesa perto da janela, onde um rapaz aparentando ter uns trinta anos estava sentado sozinho. Bobby e Helen foram até a mesa, Sam os acompanhou. Eu fui na outra direção e sentei no balcão do caixa. Pedi um refrigerante e tentava não olhar para aonde eles estavam. 
Alguns minutos depois senti um beliscão no braço. Olhei para o lado e Bobby estava lá me olhando com cara feia, como sempre.
- Que foi? - falei.
- Ah, qual é!? Vai querer bancar uma de menininha traumatizada? - ele perguntou debochando.
- Cala a boca! Você não sabe do que você tá falando! - respondi, voltando a atenção para o copo.
- Sei sim, por isso estou aqui! Se não só voce e Sam viriam. - ele disse, sentando no banco ao lado do meu.
- Mentira sua. - falei rindo. Ele bufou.
- É, mentira mesmo, nunca deixaria isso na mão das crianças. - Bobby provocou.
- Ok, mestre múmia. - ironizei.
- Sério Sie, supere. - ele disse.
- Me deixe em paz, velho. - falei. Ele revirou os olhos.
- Ta bom, ele vai nos levar aonde ele está instalado, para podermos ver o que podemos descobrir. - Bobby disse, e eu abri a boca escandalizada. 
- Você é estupido ao ponto de ir a casa de um bruxo? - perguntei. 
- Primeiro: Nós sabiamos desde o começo que isso ocorreria, ou você acha que ele vai fazer algum feitiço com platéia? Segundo: Ele não é um bruxo, ele é um médium. - Bobby argumentou. 
- Ah claro, isso muda muita coisa. - disse ironizando. Ele bufou.
- Não me importo o que você acha, nós vamos até o lugar com ele e pronto. - ele disse. 
- Ok chefe, e aonde é esse lugar? - perguntei.
- Uma casa abandonada aqui por perto. - ele respondeu.
- Invasão, que confiavel. - zombei.
   Ele voltou até onde os outros estavam, falou alguma coisa e logo depois todos nós estavamos saindo da lanchonete. 
- Carro legal. - o bruxo falou, me olhando. Virei o rosto e entrei no carro.
- Você vem comigo, Joseph. - Bobby disse, preenchendo o silêncio que eu tinha deixado.
Sam entrou no carro e fez mensão de querer perguntar algo.
- Sem perguntas. - avisei antes, ele fez careta mas deixou passar.
  Bobby, como sempre, foi na frente mostrando aonde era o lugar. Paramos os carros em frente a uma casa de dois andares, que um dia talvez tenha sido pintada de amarelo, mas de tão encardida, não conseguiamos ver a cor. 
Avisei a Sam que ficaria no carro, ele só assentiu e saiu do carro. Observei Bobby, Helen e Sam entrando na caso com o bruxo, e me senti completamente inutil. 
Coloquei o CD dos Beatles para tocar, e fiquei ali, tentando me acalmar. Fechei os olhos e fiquei pensando em como seria bom ter uma vida normal. Ter sonhos normais, ou pelo menos, alcançáveis. 
Não me lembro direito, mas acho que de tanto pensar nisso, acabei pegando no sono.
~Sierra narrando OFF~

SON OF A BITCH!

~Sierra narrando ON~ 
- Sente-se. - ele disse depois de alguns segundos me olhando.
- Não, estou bem de pé. - falei. Dean, Jo e Helen chegaram na sala com hesitação. Sam ficou de pé.
- Vamos deixar vocês dois conversarem. - Sam disse.
- Não, fiquem. Não quero ficar sozinha com ele. - falei virando de costas e indo até a janela. Todos eles sentaram no sofá e nas poltronas.
- Eu não queria que você pensasse em vingança. - Bobby tentou se explicar, eu ri debochando.
- Não adiantou muito, não é? - falei, me escorando na parede e olhando pra ele.
- Dá pra parar de ser ignorante? - Dean reclamou. Mandei ele calar a boca.
- Se nós não te contamos, foi para te proteger! - Bobby falou sem jeito.
- Eu não sei se vocês perceberam, mas eu não sou uma criança. E nem era naquela época. - falei.
- Eu sei, Sie! Nós erramos. - ele disse. Revirei os olhos. Só existia uma pessoa ainda viva que me chamava de Sie, e essa pessoa era Bobby.
- Você sabe que vai ter que me contar tudo, né? - falei pra ele. Ele abaixou a cabeça. Ele fez um gesto para eu sentar no sofá, eu obedeci. Sentei ao lado de Sam, sem olhar para ninguém além de Bobby, falei para ele começar.
- Seu pai estava na mesma cidade que eu e John, por coincidência. Nos encontramos e contamos o que iriamos fazer. Ele tinha trabalho na mesma noite, por isso não combinou de ir conosco. Vocês resolveram o caso de vocês antes, e foram até onde estávamos. John e eu estávamos encurralados. Azazel me apagou e estava quase matando John quando seu pai chegou. Desviou a atenção do demônio pra ele mesmo, isso deu tempo pra John respirar e quando ia exorciza-lo, Azazel apenas riu e quebrou o pescoço de Richard com um gesto simples, John tentou socorrer seu pai, isso deu tempo pra Azazel colocar fogo no quarto e fugir. Nisso eu acordei, John e eu tiramos o corpo do seu pai da casa, e os moradores. Mas já era tarde, seu pai morreu na hora. - ele disse, com voz embargada.
Houve um tipo de silêncio estranho na casa. Um silêncio de compreensão. Ninguém precisava falar nada, para saber o que o outro estava pensando.
- Vocês fizeram eu pensar que o meu próprio pai morreu queimado, para não procurar vingança. - rompi o silêncio.
- Richard sempre soube que você não sossegaria até encontrar vingança pelo os dois. - Bobby disse. Sam me olhou.
- Pelo os dois? - perguntou Sam.
- Bom, eu acho que já passou da hora desse filho da mãe parar de matar as pessoas que eu conheço. - falei com raiva, ignorando a pergunta de Sam.


Depois daquela conversa, fui tomar um banho e tentar dormir. Já estava amanhecendo quando consegui pegar no sono.
Quando abri os olhos pensei que não tinha dormido nada. Estava dia ainda, peguei o celular e vi as horas: 17:14. Soltei um palavrão, troquei de roupa correndo e sai gritando por Bobby pela casa toda.
Ninguém me respondeu. Vasculhei a casa inteira, gritando pelos três, mas o silêncio era o mesmo. Saí na varanda e dei de cara com Jo.
- Que pena, pensei que você tivesse entrado em coma. - ela disse, olhando para as unhas.
- Cadê todo mundo? Porque deixaram que eu dormisse até agora? - perguntei.
- Bobby, Dean e Sam estão caçando. Minha mãe foi comprar comida. Achei você muito mais agradável dormindo. - ela disse friamente.
- E você não me ouviu gritando que nem louca? - falei indignada.
- Pelo o que eu ouvi, você não chamou meu nome. - ela disse simplesmente. Ri debochando. Não respondi, porque na hora meus olhos passaram por aonde meu carro deveria estar. Meu coração falhou um milésimo.
- Cadê. O meu. Carro? - grunhi. Jo apenas me olhou ironicamente.
- Bobby obrigou Sam a leva-lo junto com eles, parece que você não é bem vinda na caçada deles. - ela respondeu.
Fechei os olhos para me acalmar e tentei tirar da minha cabeça, a imagem de Jo sendo socada por mim. Dei a volta e entrei novamente na casa. Sentei no sofá e liguei para Bobby.
- PORQUE VOCÊ ROUBOU O MEU PORSCHE? - gritei assim que Bobby atendeu.
- Bom dia, Bela Adormecida. - ele disse calmamente, o que me irritou mais ainda.
- Porque você não me acordou? - perguntei com voz tremula.
- Decidimos deixar você dormindo. - ele disse, pude ouvir a risada de Dean do outro lado da linha.
- Nossa, quanta bondade, fiquei impressionada. - falei ironicamente.
- Sério, descanse, amanhã temos uma longa viagem. - ele falou.
- O caso era meu, Bobby, qual é.. - tentei argumentar.
- To nem aí pro seu egoísmo, garota. - ele xingou. Revirei os olhos.
- E o meu carro? - perguntei.
- Sam está dirigindo-o. Fica tranquila, está em boas mãos. - Bobby respondeu.
- Diga a Sam, que se meu carro voltar com um arranhãozinho sequer, ele não vai saber nem o que foi que o atingiu. - avisei e desliguei antes que ele pudesse responder.
Comi alguma coisa, e depois recomecei a estudar a Colt. Mas Jo não faria do resto do meu dia mais fácil. Assim que Helen chegou, ela foi pra cozinha e começou a fazer das panelas uma bateria, o que impedia que eu me concentrasse.
- Bitch. - resmunguei, pegando os livros, o notebook e a Colt e saindo da sala. Fui pro meu quarto e bati a porta com tudo ao entrar.
Todas as informações que eu encontrei foram colocados no papel. Li, reli, li de novo. Revisei um bilhão de vezes. Minha cabeça estava a ponto de explodir quando olhei o relógio: 01:45 da manhã.
- Que merda eu to fazendo? - falei. Eu estava me matando de estudar enquanto os três ficavam com a diversão. Tirei os óculos e fui até a cozinha. Helen e Jo provavelmente já haviam ido dormir, pois estava tudo escuro.
Fiz um sanduíche e fui até a sala. Liguei a TV, quando terminei o lanche, meu olhar parou na estante aonde ficava a coleção de whisky de Bobby. Sorri.
Fui até lá sem fazer barulho. Assoviei baixo. Ele tinha de todos os tipos e marcas que eu podia imaginar.
- Depois reclama quando chamam ele de bêbado. - falei rindo.
Fui olhando um por um, até uma garrafa verde me chamar a atenção. O meu tio alcoólatra tinha uma garrafa ilegal de Absinto.
Peguei a garrafa, depois hesitei. Ele devia ter trabalhado fundo pra conseguir isso. Mas depois pensei na sacanagem que ele havia feito, me deixando fora do trabalho que eu tinha começado. E ainda por cima roubando meu carro.
Fui até a cozinha, peguei um copo e gelo. Voltei até meu quarto, abri a janela, coloquei meu fone de ouvido com a minha música favorita tocando.
Sentei na poltrona, servi uma dose e fiquei lá, descansando. Aproveitando um tempo sozinha, coisa que não fazia desde que cheguei ali.
Quando estava já no segundo copo, sem perceber eu já estava cantando as músicas em voz alta.

        Não percebi o tempo passar, eu quase não tinha o controle do meu próprio corpo. Parei na metade da garrafa, uma gota a mais daquilo e com certeza eu entraria em coma alcoólico. 
Com muito esforço, rastejei até o banheiro e tomei um banho para ver se eu melhorava. Tudo girava em câmera lenta. 
Nem vi que roupa eu coloquei, só me joguei na cama e apaguei instantaneamente. 
Despertei com uma pressão esmagando minha cabeça. Quando abri os olhos a luz que eu havia deixado acessa no quarto, quase me cegou. Estiquei a mão até a mesinha de cabeceira e peguei meu celular, eram quase cinco da manhã, eu não devia ter dormido muito.
Tentei voltar a dormir, mas minha garganta estava totalmente seca. Bufei e cambaleei até a cozinha com os olhos quase fechados. 
Procurei pela geladeira, abri e peguei a jarra de vidro com água. 
~Sierra narrando OFF~
~Dean narrando ON~ 
Bobby, Sammy e eu conseguimos resolver o caso antes que alguém mais morresse. Foi um caso realmente fácil, demoramos apenas dois dias para resolve-lo. 
Chegamos na casa de Bobby lá pelas quatro da manhã. Nem vi aonde os dois foram, eu apenas me joguei no sofá e apaguei na hora.
Acordei quando ouvi alguns ruídos pelo corredor. Peguei minha arma que estava de baixo da almofada em que eu estava deitado, e fui até aonde barulho estava.
Sam e Bobby não fariam pouco barulho, por isso estranhei. E eles estavam tão cansados que não acordariam para ir até a cozinha durante a madrugada.
Cuidei para não fazer barulho, com a arma pronta. Quando cheguei lá, tudo o que ouvi foi o barulho de uma jarra de vidro quebrando.
- SON OF A BITCH!! - Sierra e eu falamos ao mesmo tempo. Nesse mesmo momento, meu cérebro registrou que ela estava só de calcinha na parte de baixo e com uma camisa do Guns N' Roses preta desbotada, que ficava gigante nela. 
- Abaixa essa arma, Winchester! - ela falou, indignada. Suspirei e guardei a arma no bolso da calça. 
- Essa jarra era a favorita de Bobby. - zombei, olhando para os cacos de vidros no chão.
- Eu não vou limpar essa sujeira. - ela avisou, indo em direção a mesa.
- O que você vai fazer? - perguntei. 
- Eu estou de pés descalços. Não vou passar por cima do vidro. - falou como se fosse óbvio, tentando subir na mesa.
- Você ta bêbada. - eu disse. Ela me olhou feio.
- Eu não sou você, sabia? - ela disse. Revirei os olhos. Fui até aonde ela estava, e a coloquei sobre meu ombro. 
- Sim, eu sei. - falei. Ela começou a gritar e me dar socos nas costas.
- Me solta, seu idiota. - ela berrou.
- Só vou impedir que você corte seus pés, pirralha. - falei. Cheguei na sala e a joguei no sofá. 
Ela me xingou de todos os palavrões que vieram a sua mente. Ignorei. Alguns minutos depois ela se irritou definitivamente e foi para o seu quarto.
Deitei no sofá rindo. E pelo o que eu me lembre, a imagem dela com aquele camisetão desbotado, foi a última coisa que eu pensei antes de pegar no sono.
~Dean narrando OFF~