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A especialista em armas

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Especialista em armas,rockeira e muito,mas muito anti-social

sábado, 28 de julho de 2012

Tudo se torna pequeno diante do "desconhecido".


~Sierra narrando ON~ 
O susto me despertou completamente. E depois a raiva me ajudou a perder o sono. 
Deitei na cama, respirei fundo e tentei dormir. Com muito esforço eu consegui. Mas minha felicidade nunca dura. Parecia que eu tinha fechado os meus olhos por somente dois minutos quando ouvi distantemente a voz de Bobby chamando meu nome. 
- Sierra! Vamos, acorde! Temos que pegar a estrada daqui a meia hora. - ele dizia, abrindo a porta. 
Eu estava completamente coberta pelo o edredom, por isso só coloquei a mão esquerda pra fora pedindo mais cinco minutos. Bobby saiu do quarto. Mas voltou logo depois.
- Vamos, já passou dez minutos. Não quero me atrasar por sua causa. - ele disse, puxando as cobertas de cima de mim. 
Sentei na cama bufando. Olhei pra Bobby e ele riu.
- Bom dia, panda! - e saiu rindo do meu quarto. 
Levantei e fui até o espelho e tive que rir também. Eu estava totalmente descabelada, o rímel e o lápis de olho preto haviam derretido, formando duas bolas em volta dos meus olhos. 
Vinte minutos depois eu já estava pronta, na sala esperando por eles.
- Vocês não me apressaram tanto? Agora eu tenho que esperar. - falei cruzando os braços na cozinha. 
- Não temos culpa, se você é a única garota no mundo que se arruma rápido. - Bobby disse, me dando um copo cheio de leite. 
- O que estamos esperando? - perguntei.
- Sam tomar banho. - Helen disse.
- Quem vai? - falei puxando uma cadeira.
- Helen, eu, você e Sam. - Bobby disse abrindo o jornal.
- Porque o preguiçoso do Dean não vai? - perguntei olhando pela janela.
- Alguém tem que ficar aqui, cuidando e estudando a Colt. Não temos tempo a perder. - Bobby respondeu. 
- E a loira vai ficar pra estudar também? - falei ironicamente. 
- Não quero que vocês acabem matando uma a outra. - Helen disse, eu ri concordando.
- Você tem bom senso. - disse pra ela, Bobby bufou.
- Estou pronto. - Sam falou, aparecendo na porta sacudindo com a mão o cabelo molhado. Suspirei.
- Já não era sem tempo, Justin Bieber. - Bobby zombou, eu gargalhei.
- Tá muito engraçadinho hoje, Bob. - falei, ele ignorou. Saímos da cozinha, pegamos nossas mochilas e fomos até aonde os carros ficavam.
- Vamos todos no meu carro. - Bobby avisou. 
- Nem pensar. Não vou deixar meu carro aqui. - falei.
- Mas Dean vai ficar pra cuidar. - Sam disse.
- Por isso mesmo. - argumentei. 
- Ok. Sam, você vai com essa chata que bebeu quase toda a minha única garrafa de Absinto. - ele disse me olhando feio. 
- Você guardava aquela garrafa pra suícidio, não é? - debochei.
- Sim, só eu sei o quanto eu tive que subornar pra ter aquela garrafa. - ele disse de mau humor, indo até seu carro.
- Ah, para de reclamar. - falei rindo. 
Sam e eu entramos no meu carro, e ele olhou tudo com admiração. 
- Incrível. - ele disse. Eu sorri. 
- Meu tesouro. - falei carinhosamente para o carro, ele riu. 
- Como conseguiu? - ele perguntou.
- Salvei um bilionário das mãos de um metamorfo. - disse dando de ombros. Dei a partida e segui Bobby até a estrada.
- Grande recompensa. - ele disse rindo fraco.
- Concordo. - falei. 
- Sempre gostei de carros assim. - Sam falou depois de uns minutos de silêncio, puxando assunto.
- Pensei que você fosse que nem o seu irmão. - falei.
- Como? - ele perguntou com um ar ofendido. Eu ri.
- Ah, que gostasse de coisas velhas. - disse, ele riu também.
- Não. Dean é mais parecido com meu pai. - ele falou com um tom de voz estranho.
- Percebi assim que o conheci. - comentei.
- Meu pai era o heroí de Dean. Ele tenta ao máximo ser como ele. - Sam disse olhando pela janela. Pensei bem nas palavras que iria falar.
- Parece que você não se dava tão bem com John assim... - falei com cuidado. Sam me olhou.
- Não muito. - ele concordou.
- Porque? Ah, deixe-me adivinhar: Você não queria ser um caçador. - brinquei.
- Acertou de novo. - ele riu.
- Porque não? Correr risco é tão bom, salvar pessoas e nem receber um "muito obrigado" das pessoas é recompensador. - ironizei, nós rimos. 
- Sempre quis ser normal. Tentei ser por um tempo, mas não deu muito certo. - Sam falou, dando de ombros.
- Bobby me contou uma vez que você estava na faculdade. - comentei, ainda seguindo o carro de Bobby.
- Sério? - Sam perguntou surpreso.
- Sim, teve um tempo em que o grande sonho de Bobby era me ver na faculdade também. - revirei os olhos com essa idéia.
- E você não quis? - perguntou. 
- Era o sonho de Bobby, não o meu. - falei séria.
- E qual é o seu sonho, então? - ele perguntou sorrindo. 
- Caçadores não podem ter sonhos. - falei olhando para a estrada.
- Você não sonha em ter uma família, ter uma vida normal, feliz? - Sam se espantou.
- Você conhece algum caçador que tenha ou teve uma vida normal e feliz? - perguntei em resposta, o que fez Sam ficar em silencio. 
- Só porque ninguém fez, não quer dizer que é impossível. - ele disse depois de alguns segundos quieto. 
- O seu sonho é esse, então? - perguntei, ele sorriu sem jeito. 
- Eu ainda acredito que eu possa ser feliz. Você não? - ele disse. 
- Eu não digo que eu sou feliz, mas estou satisfeita com a vida que eu levo. Pode zoar meio cliché, mas nós caçadores somos uma menoria, que sacrifica a nossa "vida feliz" para que outras pessoas sejam felizes. - respondi.
- Então, você é uma pessoa sem esperança. - ele disse, nós rimos.
- Talvez, eu só não me imagino mãe de família, cuidando do jardim, esperando meu marido chegar em casa do bar antes de servir o jantar. - falei, fazendo Sam gargalhar. - Família nos faz vulnerável. Ainda mais se nos casarmos com pessoas normais, que não sabem o que a gente sabe. Eles vão ser sempre nosso ponto fraco, e colocaremos eles em risco sempre. - continuei. 
- Credo, parece meu irmão falando. - ele comentou rindo.
- Sério? Então esquece que eu disse isso. - falei brincando.
   Uma hora depois, Bobby nos ligou avisando que o bruxo tinha entrado em contato, falando que estava nos esperando numa lanchonete na próxima cidade que entrariamos. 
- Tem medo de velocidade, Sam? - perguntei.
- Não, porque? - ele perguntou, receoso.
- Então vou ti mostrar o que o meu Jack pode fazer. - falei sorrindo.  
    Fui pro acostamento para ultrapassar o carro de Bobby, que estava na frente. Coloquei o Porsche ao lado da Maverick de Bobby, abanei pra ele, buzinei e acelerei deixando-os pra traz facilmente. 
Sam sorria olhando pela janela do carro. Eu sorria também, porque velocidade sempre me deixava em ecstasy. Eu sentia o vento entrando pela janela e me sentia bem, como sempre acontecia quando estava dirigindo. 
Mas essa sensação boa não durou muito. Eu acabei me lembrando para onde nós estavamos indo. Ou melhor, com quem nós iriamos nos encontrar. 
Comecei a suar frio. Minhas mãos começaram a resbalar no volante. Tentei secar as mãos na calça sem que Sam visse, mas ele estava ocupado degustando a adrenalina para perceber o meu nervosismo.
Assim que parei na frente da lanchonete que o bruxo estaria, abri o porta luvas e peguei um atilho de cabelo e sai do carro. 
- Vamos entrar ou esperar? - Sam perguntou. Em resposta, só me escorei no carro e comecei a prender o cabelo de qualquer jeito. 
Não estava calor, o que impedia que eu pudesse usar essa desculpa por estar me desfazendo em liquidos de tanto nervosismo. 
Percebia que Sam estava me observando. Mas eu desviava o olhar sempre que ele estava me olhando. 
- Porque está tão nervosa? - enfim ele perguntou. Só o olhei, virei o rosto logo em seguida sem responder. 
Vinte minutos depois Bobby estacionou o carro atras do meu. 
- Até que enfim. - falei. Bobby me olhou feio.
- Não tenho culpa se você quis dar uma de Papaleguas! - ele disse, ignorei. Depois disso, Bobby me lançou um olhar tranquilizador. 
Entramos os quatro na lanchonete. Helen olhou em volta e apontou para uma mesa perto da janela, onde um rapaz aparentando ter uns trinta anos estava sentado sozinho. Bobby e Helen foram até a mesa, Sam os acompanhou. Eu fui na outra direção e sentei no balcão do caixa. Pedi um refrigerante e tentava não olhar para aonde eles estavam. 
Alguns minutos depois senti um beliscão no braço. Olhei para o lado e Bobby estava lá me olhando com cara feia, como sempre.
- Que foi? - falei.
- Ah, qual é!? Vai querer bancar uma de menininha traumatizada? - ele perguntou debochando.
- Cala a boca! Você não sabe do que você tá falando! - respondi, voltando a atenção para o copo.
- Sei sim, por isso estou aqui! Se não só voce e Sam viriam. - ele disse, sentando no banco ao lado do meu.
- Mentira sua. - falei rindo. Ele bufou.
- É, mentira mesmo, nunca deixaria isso na mão das crianças. - Bobby provocou.
- Ok, mestre múmia. - ironizei.
- Sério Sie, supere. - ele disse.
- Me deixe em paz, velho. - falei. Ele revirou os olhos.
- Ta bom, ele vai nos levar aonde ele está instalado, para podermos ver o que podemos descobrir. - Bobby disse, e eu abri a boca escandalizada. 
- Você é estupido ao ponto de ir a casa de um bruxo? - perguntei. 
- Primeiro: Nós sabiamos desde o começo que isso ocorreria, ou você acha que ele vai fazer algum feitiço com platéia? Segundo: Ele não é um bruxo, ele é um médium. - Bobby argumentou. 
- Ah claro, isso muda muita coisa. - disse ironizando. Ele bufou.
- Não me importo o que você acha, nós vamos até o lugar com ele e pronto. - ele disse. 
- Ok chefe, e aonde é esse lugar? - perguntei.
- Uma casa abandonada aqui por perto. - ele respondeu.
- Invasão, que confiavel. - zombei.
   Ele voltou até onde os outros estavam, falou alguma coisa e logo depois todos nós estavamos saindo da lanchonete. 
- Carro legal. - o bruxo falou, me olhando. Virei o rosto e entrei no carro.
- Você vem comigo, Joseph. - Bobby disse, preenchendo o silêncio que eu tinha deixado.
Sam entrou no carro e fez mensão de querer perguntar algo.
- Sem perguntas. - avisei antes, ele fez careta mas deixou passar.
  Bobby, como sempre, foi na frente mostrando aonde era o lugar. Paramos os carros em frente a uma casa de dois andares, que um dia talvez tenha sido pintada de amarelo, mas de tão encardida, não conseguiamos ver a cor. 
Avisei a Sam que ficaria no carro, ele só assentiu e saiu do carro. Observei Bobby, Helen e Sam entrando na caso com o bruxo, e me senti completamente inutil. 
Coloquei o CD dos Beatles para tocar, e fiquei ali, tentando me acalmar. Fechei os olhos e fiquei pensando em como seria bom ter uma vida normal. Ter sonhos normais, ou pelo menos, alcançáveis. 
Não me lembro direito, mas acho que de tanto pensar nisso, acabei pegando no sono.
~Sierra narrando OFF~

SON OF A BITCH!

~Sierra narrando ON~ 
- Sente-se. - ele disse depois de alguns segundos me olhando.
- Não, estou bem de pé. - falei. Dean, Jo e Helen chegaram na sala com hesitação. Sam ficou de pé.
- Vamos deixar vocês dois conversarem. - Sam disse.
- Não, fiquem. Não quero ficar sozinha com ele. - falei virando de costas e indo até a janela. Todos eles sentaram no sofá e nas poltronas.
- Eu não queria que você pensasse em vingança. - Bobby tentou se explicar, eu ri debochando.
- Não adiantou muito, não é? - falei, me escorando na parede e olhando pra ele.
- Dá pra parar de ser ignorante? - Dean reclamou. Mandei ele calar a boca.
- Se nós não te contamos, foi para te proteger! - Bobby falou sem jeito.
- Eu não sei se vocês perceberam, mas eu não sou uma criança. E nem era naquela época. - falei.
- Eu sei, Sie! Nós erramos. - ele disse. Revirei os olhos. Só existia uma pessoa ainda viva que me chamava de Sie, e essa pessoa era Bobby.
- Você sabe que vai ter que me contar tudo, né? - falei pra ele. Ele abaixou a cabeça. Ele fez um gesto para eu sentar no sofá, eu obedeci. Sentei ao lado de Sam, sem olhar para ninguém além de Bobby, falei para ele começar.
- Seu pai estava na mesma cidade que eu e John, por coincidência. Nos encontramos e contamos o que iriamos fazer. Ele tinha trabalho na mesma noite, por isso não combinou de ir conosco. Vocês resolveram o caso de vocês antes, e foram até onde estávamos. John e eu estávamos encurralados. Azazel me apagou e estava quase matando John quando seu pai chegou. Desviou a atenção do demônio pra ele mesmo, isso deu tempo pra John respirar e quando ia exorciza-lo, Azazel apenas riu e quebrou o pescoço de Richard com um gesto simples, John tentou socorrer seu pai, isso deu tempo pra Azazel colocar fogo no quarto e fugir. Nisso eu acordei, John e eu tiramos o corpo do seu pai da casa, e os moradores. Mas já era tarde, seu pai morreu na hora. - ele disse, com voz embargada.
Houve um tipo de silêncio estranho na casa. Um silêncio de compreensão. Ninguém precisava falar nada, para saber o que o outro estava pensando.
- Vocês fizeram eu pensar que o meu próprio pai morreu queimado, para não procurar vingança. - rompi o silêncio.
- Richard sempre soube que você não sossegaria até encontrar vingança pelo os dois. - Bobby disse. Sam me olhou.
- Pelo os dois? - perguntou Sam.
- Bom, eu acho que já passou da hora desse filho da mãe parar de matar as pessoas que eu conheço. - falei com raiva, ignorando a pergunta de Sam.


Depois daquela conversa, fui tomar um banho e tentar dormir. Já estava amanhecendo quando consegui pegar no sono.
Quando abri os olhos pensei que não tinha dormido nada. Estava dia ainda, peguei o celular e vi as horas: 17:14. Soltei um palavrão, troquei de roupa correndo e sai gritando por Bobby pela casa toda.
Ninguém me respondeu. Vasculhei a casa inteira, gritando pelos três, mas o silêncio era o mesmo. Saí na varanda e dei de cara com Jo.
- Que pena, pensei que você tivesse entrado em coma. - ela disse, olhando para as unhas.
- Cadê todo mundo? Porque deixaram que eu dormisse até agora? - perguntei.
- Bobby, Dean e Sam estão caçando. Minha mãe foi comprar comida. Achei você muito mais agradável dormindo. - ela disse friamente.
- E você não me ouviu gritando que nem louca? - falei indignada.
- Pelo o que eu ouvi, você não chamou meu nome. - ela disse simplesmente. Ri debochando. Não respondi, porque na hora meus olhos passaram por aonde meu carro deveria estar. Meu coração falhou um milésimo.
- Cadê. O meu. Carro? - grunhi. Jo apenas me olhou ironicamente.
- Bobby obrigou Sam a leva-lo junto com eles, parece que você não é bem vinda na caçada deles. - ela respondeu.
Fechei os olhos para me acalmar e tentei tirar da minha cabeça, a imagem de Jo sendo socada por mim. Dei a volta e entrei novamente na casa. Sentei no sofá e liguei para Bobby.
- PORQUE VOCÊ ROUBOU O MEU PORSCHE? - gritei assim que Bobby atendeu.
- Bom dia, Bela Adormecida. - ele disse calmamente, o que me irritou mais ainda.
- Porque você não me acordou? - perguntei com voz tremula.
- Decidimos deixar você dormindo. - ele disse, pude ouvir a risada de Dean do outro lado da linha.
- Nossa, quanta bondade, fiquei impressionada. - falei ironicamente.
- Sério, descanse, amanhã temos uma longa viagem. - ele falou.
- O caso era meu, Bobby, qual é.. - tentei argumentar.
- To nem aí pro seu egoísmo, garota. - ele xingou. Revirei os olhos.
- E o meu carro? - perguntei.
- Sam está dirigindo-o. Fica tranquila, está em boas mãos. - Bobby respondeu.
- Diga a Sam, que se meu carro voltar com um arranhãozinho sequer, ele não vai saber nem o que foi que o atingiu. - avisei e desliguei antes que ele pudesse responder.
Comi alguma coisa, e depois recomecei a estudar a Colt. Mas Jo não faria do resto do meu dia mais fácil. Assim que Helen chegou, ela foi pra cozinha e começou a fazer das panelas uma bateria, o que impedia que eu me concentrasse.
- Bitch. - resmunguei, pegando os livros, o notebook e a Colt e saindo da sala. Fui pro meu quarto e bati a porta com tudo ao entrar.
Todas as informações que eu encontrei foram colocados no papel. Li, reli, li de novo. Revisei um bilhão de vezes. Minha cabeça estava a ponto de explodir quando olhei o relógio: 01:45 da manhã.
- Que merda eu to fazendo? - falei. Eu estava me matando de estudar enquanto os três ficavam com a diversão. Tirei os óculos e fui até a cozinha. Helen e Jo provavelmente já haviam ido dormir, pois estava tudo escuro.
Fiz um sanduíche e fui até a sala. Liguei a TV, quando terminei o lanche, meu olhar parou na estante aonde ficava a coleção de whisky de Bobby. Sorri.
Fui até lá sem fazer barulho. Assoviei baixo. Ele tinha de todos os tipos e marcas que eu podia imaginar.
- Depois reclama quando chamam ele de bêbado. - falei rindo.
Fui olhando um por um, até uma garrafa verde me chamar a atenção. O meu tio alcoólatra tinha uma garrafa ilegal de Absinto.
Peguei a garrafa, depois hesitei. Ele devia ter trabalhado fundo pra conseguir isso. Mas depois pensei na sacanagem que ele havia feito, me deixando fora do trabalho que eu tinha começado. E ainda por cima roubando meu carro.
Fui até a cozinha, peguei um copo e gelo. Voltei até meu quarto, abri a janela, coloquei meu fone de ouvido com a minha música favorita tocando.
Sentei na poltrona, servi uma dose e fiquei lá, descansando. Aproveitando um tempo sozinha, coisa que não fazia desde que cheguei ali.
Quando estava já no segundo copo, sem perceber eu já estava cantando as músicas em voz alta.

        Não percebi o tempo passar, eu quase não tinha o controle do meu próprio corpo. Parei na metade da garrafa, uma gota a mais daquilo e com certeza eu entraria em coma alcoólico. 
Com muito esforço, rastejei até o banheiro e tomei um banho para ver se eu melhorava. Tudo girava em câmera lenta. 
Nem vi que roupa eu coloquei, só me joguei na cama e apaguei instantaneamente. 
Despertei com uma pressão esmagando minha cabeça. Quando abri os olhos a luz que eu havia deixado acessa no quarto, quase me cegou. Estiquei a mão até a mesinha de cabeceira e peguei meu celular, eram quase cinco da manhã, eu não devia ter dormido muito.
Tentei voltar a dormir, mas minha garganta estava totalmente seca. Bufei e cambaleei até a cozinha com os olhos quase fechados. 
Procurei pela geladeira, abri e peguei a jarra de vidro com água. 
~Sierra narrando OFF~
~Dean narrando ON~ 
Bobby, Sammy e eu conseguimos resolver o caso antes que alguém mais morresse. Foi um caso realmente fácil, demoramos apenas dois dias para resolve-lo. 
Chegamos na casa de Bobby lá pelas quatro da manhã. Nem vi aonde os dois foram, eu apenas me joguei no sofá e apaguei na hora.
Acordei quando ouvi alguns ruídos pelo corredor. Peguei minha arma que estava de baixo da almofada em que eu estava deitado, e fui até aonde barulho estava.
Sam e Bobby não fariam pouco barulho, por isso estranhei. E eles estavam tão cansados que não acordariam para ir até a cozinha durante a madrugada.
Cuidei para não fazer barulho, com a arma pronta. Quando cheguei lá, tudo o que ouvi foi o barulho de uma jarra de vidro quebrando.
- SON OF A BITCH!! - Sierra e eu falamos ao mesmo tempo. Nesse mesmo momento, meu cérebro registrou que ela estava só de calcinha na parte de baixo e com uma camisa do Guns N' Roses preta desbotada, que ficava gigante nela. 
- Abaixa essa arma, Winchester! - ela falou, indignada. Suspirei e guardei a arma no bolso da calça. 
- Essa jarra era a favorita de Bobby. - zombei, olhando para os cacos de vidros no chão.
- Eu não vou limpar essa sujeira. - ela avisou, indo em direção a mesa.
- O que você vai fazer? - perguntei. 
- Eu estou de pés descalços. Não vou passar por cima do vidro. - falou como se fosse óbvio, tentando subir na mesa.
- Você ta bêbada. - eu disse. Ela me olhou feio.
- Eu não sou você, sabia? - ela disse. Revirei os olhos. Fui até aonde ela estava, e a coloquei sobre meu ombro. 
- Sim, eu sei. - falei. Ela começou a gritar e me dar socos nas costas.
- Me solta, seu idiota. - ela berrou.
- Só vou impedir que você corte seus pés, pirralha. - falei. Cheguei na sala e a joguei no sofá. 
Ela me xingou de todos os palavrões que vieram a sua mente. Ignorei. Alguns minutos depois ela se irritou definitivamente e foi para o seu quarto.
Deitei no sofá rindo. E pelo o que eu me lembre, a imagem dela com aquele camisetão desbotado, foi a última coisa que eu pensei antes de pegar no sono.
~Dean narrando OFF~

sábado, 19 de maio de 2012

O penhasco


~Sam narrando ON~
Tudo aconteceu rápido demais. Nunca tinha visto tanta fúria nos olhos de uma pessoa tão pequena. Era uma ira tão intensa, que ninguém conseguiu fazer nada de imediato. 
Ela saiu correndo e Bobby acordou do transe. Quis se explicar, mas ela nem sequer parou pra tentar ouvir.
- SEU PAI SALVOU JOHN! - Bobby gritou desesperado. Eu nunca tinha o visto daquele jeito. Quando viu que Sierra já havia saído, sentou no sofá e colocou as mãos na cabeça. 
- Eu sou um imbecil. - ele disse. Helen mexeu-se, inquieta.
- Desculpem, eu pensei que ela soubesse. - disse ela.
- O que você falou pra ela ficar desse jeito? - Dean perguntou.
- Eu não cheguei a contar, eu nem sequer toquei no nome do pai dela. - Helen disse, com voz embargada. Bobby disse pra ela não se preocupar, e que mais cedo ou mais tarde ela iria descobrir a verdade.
Imaginei como Sierra estaria naquele momento. Dirigindo naquele estado. 
Sem pensar ou comunicar algo a alguém, peguei discretamente a chave do carro de Dean, que estavam soltas em cima da mesa de estudo, e saí da casa rapidamente.
Ouvi o grito de Dean quando já estava com o carro em movimento. Vi ele correndo em direção ao carro, mas não conseguiu me alcançar. 
"- Seu pai nunca te levou no penhasco que fica no final da estrada principal? - Sierra me perguntou enquanto escolhia um pedaço de pizza. 
- Não, porque? - perguntei. Friends passava na TV, e nós parecíamos duas pessoas normais conversando. Eu me sentia assim.
- Porque foi lá que seu pai e o meu pai me ensinaram a atirar. Sempre que venho aqui, vou lá pra me lembrar deles... - ela contou sorrindo fraco." 
Como um estalo essa memória veio a minha mente. E eu já sabia onde encontra-la. 
~Sam narrando OFF~ 


~Sierra narrando ON~ 
Eu pisava com força no acelerador. As lembranças daquele dia vinham cada vez mais claras. Percebia detalhes que naquela época eram quase borrados pra mim.
Depois de alguns minutos dirigindo rapidamente, cheguei no penhasco. Meu lugar favorito em todo o mundo. 
Sai do carro e sentei em uma pedra. De lá de cima, podia-se ver toda a cidade. As luzes lá embaixo refletiam nos meus olhos. E eu deixei as lágrimas caírem. 
Vinha sendo forte por muito tempo. Desabei pela primeira vez, desde o dia em que Bobby me disse que eu precisava ser forte. 
Eu estava exausta. 
Não sei quanto tempo passou quando ouvi um carro se aproximando dali. Como reflexo, coloquei a mão na cintura, verificando se minha pistola estava ali. 
O Impala preto estacionou do lado do meu Porsche. Uma bonita dupla, pensei. Eu sabia que era Sam que havia chegado.
- Não deveria ter ti contado sobre esse lugar. - falei limpando as lágrimas do meu rosto quando ele se aproximava. 
- Tarde demais. - ele disse. Sentou do meu lado, na enorme pedra. 
- Verdade. - falei sem olha-lo.
- Linda vista. - ele disse. Concordei com a cabeça. Ficamos em silêncio durante alguns minutos. 
- Quer conversar sobre o que aconteceu? - ele perguntou um pouco envergonhado. Eu pensei em silêncio durante dois minutos, antes de falar.
- Tudo o que eu sabia naquele dia, era que Bobby e John haviam rastreado um demônio que estava perseguindo uma família e que eles iriam pra lá tentar impedir. Meu pai, por alguma razão, sabia que eles não dariam conta. Concordou em me levar junto, mas me fez prometer que eu ficaria dentro do carro. Ele sabia das minhas intensões, sabia que eu ignoraria a promessa e iria atrás dele dentro da casa. Então me trancou com duas algemas dentro do carro. Quando eu vi o fogo explodir metade da casa, eu sabia o que tinha acontecido. Consegui quebrar o vidro do carro com um chute, mas não havia como tirar minhas duas mãos das algemas. Vi John e Bobby pela janela. Depois de alguns minutos os bombeiros chegaram e eu os vi controlando o fogo. - disse chorando. 
- E depois? - Sam perguntou suavemente.
- Depois que o fogo se apagou, John veio até o carro. Ele sabia que eu estava lá. Me soltou e impediu que eu corresse até a casa. Só me abraçou, se desculpou e disse que cuidaria de mim. - funguei. Sam colocou uma mão no meu ombro.
- Ele nunca disse o que tinha acontecido lá dentro? - Sam perguntou indignado.
- Não. E eu nunca tive coragem de perguntar. - falei. Sam só colocou um dos braços em volta do meu ombro, e me trouxe pra perto dele. Chorei como nunca tinha chorado na frente de alguém. 
Eu chorei sem parar, até acabar adormecendo de cansaço.
~Sierra narrando OFF~ 
~Sam narrando ON~ 
Sierra soluçava. Eu deixei ela chorar. Fiquei ali, sem falar nada, só abraçando-a e deixando-a chorar o quanto ela podia. Depois de uma hora, ela acabou dormindo. 
Eu estava numa posição desconfortável, mas não me mexi, com medo de acordar ela. A minha camisa estava toda molhada com as lágrimas dela. 
Fiquei pensando no que ela havia me dito. Ela não deveria ser muito mais nova que eu. Mas mesmo assim, havia enfrentado e assumido a caçada como eu nunca tinha feito. 
Eu só estava caçando, porque Dean estava do meu lado. Ela já não. Não havia ninguém por ela, e ela fazia tudo sozinha. 
Uma hora e meia passou, até que Sierra acordou. 
- Acabei pegando no sono. Desculpa. - ela falou, bocejando.
- Sem problemas, não queria acordar você! - disse. Ela sorriu fraco. 
- É, foi bom dormir um pouco. - ela falou. Concordei.
- Tá mais calma? - perguntei. Ela assentiu. - Vamos pra casa? 
- Vamos. - ela disse se levantando. Levantei também, mexi o ombro. Ela riu.
- Sam? - ela chamou, enquanto caminhávamos na direção dos carros. 
- Oi? - respondi, olhando pra ela.
- Obrigada! - ela sorriu sem jeito, apenas sorri de volta. Ela entrou no seu carro e eu entrei no carro do meu irmão. Dei a partida.
- Dean vai me matar. - murmurei. 
Ela foi na dirigindo na frente. Manteve a velocidade normal, para me mostrar que já estava calma. 
Estacionamos no Ferro Velho Singer. Descemos do carro e antes de que ela conseguisse chegar até a porta, Dean abriu a porta e veio na minha direção. 
Tudo o que eu vi foi sua mão vindo na minha direção, antes que eu pudesse desviar. Cai no chão e senti a dor alucinante no meu nariz. 
~Sam narrando OFF~ 
~Sierra narrando ON~ 
Sam estava atrás de mim quando Dean apareceu que nem um raio e o acertou com um soco que o derrubou no chão. Toda a raiva que havia guardado dele, despertou. Puxei a pistola que estava no meu bolso esquerdo e apontei para a testa dele. Tão próximo e tão rapidamente que ele ficou vesgo quando olhou para a ponta de uma das minhas Berettas 92. Ele arregalou os olhos.
- Sierra? - Bobby apareceu a esquerda de Dean. Em outro movimento rápido, puxei a segunda Beretta no meu bolso direito. Bobby parou de andar na hora.
- Dean, nenhum movimento brusco. - Bobby falou, quase sem mover a boca, me olhando nos olhos. Sustentei o olhar. Eu tinha certeza de que ele via nos meus olhos o tamanho da minha raiva. Helen chegou na porta da entrada atrás de Bobby, percebeu o que esta acontecendo e não falou nada. Meu olhar ia de Bobby a Dean, nenhum deles ousava se mexer. 
- Sierra. - Sam me chamou com voz abafada. Voltei a realidade, quando o olhei lavado de sangue e tentando levantar do chão, mas não conseguindo. Abaixei as armas e fui até ele. 
Ajudei-o a levantar e o guiei para dentro de casa. Ninguém tentou ajudar. Se afastaram do caminho tão rapidamente que era como se Moisés estivesse abrindo o Mar Vermelho.
- Sente ali, vou pegar o kit de primeiro socorros. - levei-o até a sala e sai correndo pro banheiro.
Voltei rapidamente, e o que vi me pegou de surpresa. Sam estava escorado no encosto do sofá, sem camisa. Ele a usava para estancar o sangue que escorria do seu nariz. 
Meu ar fugiu dos meus pulmões quando o olhei. Sem dúvidas, era o peitoral e barriga mais bonitas que eu já havia visto. Sam abriu os olhos, e me viu ali parada o encarando.
- Tem trauma de sangue? - perguntou inocentemente. Disfarcei.
- Shhh, não fala nada. - falei, me aproximando dele, e tirando a camisa da sua cara. 
O nariz estava torto. Dean era um completo imbecil. 
- Está quebrado. - ele adivinhou.
- Está. Seu irmão é um imbecil. - falei. 
- Concordo. - ele gemeu.
- Isso vai doer um pouco. - falei.
- O que? - segurei o seu nariz e o coloquei no lugar. Sam mal havia perguntado e berrou de dor. 
- Desculpe. - disse. Ele respirou fundo duas vezes e se acalmou.
- Relaxa. Obrigado. - ele disse. Limpei o sangue do seu rosto.
- Não seja por isso. - dei uma última olhada no seu abdomem e virei as costas. 
Estava guardando as coisas de volta no estojo quando ouvi barulho em direção a sala. 
- Precisamos conversar. - Bobby disse, com voz fraca. 
- Não tenho nada a falar com você! - disse. 
- Sierra, me escuta. - ele implorou. Virei em direção a ele, com as mãos na cintura.
- Ok, fale. - disse simplesmente. 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

De repende tudo fica claro como o Sol...


~Sierra narrando ON~ 
Fingimos ser policiais para podermos falar com o Dr. Clark. Ele demonstrou ser uma boa pessoa, e estar bastante abalado com a morte dos primos. 
Dean e eu decidirmos ir para casa e voltar somente no próximo dia, quando possivelmente seria o próximo ataque.
Demoramos quarenta minutos, mais tempo do que gastamos na ida, porque eu obriguei Dean a parar numa lanchonete, pois eu estava morta de fome. 
Ignorei os protestos de Dean, contra comer dentro do seu precioso carro. 
- Sua sorte de que eu não sou um porco quando estou comendo. - falei com boca cheia.
- Sério? É o que então? - ele disse, bravo.
Chegamos em casa e vimos o que possivelmente seria o carro de Jo e Helen. Dean abriu a porta e quase fechou na minha cara.
- Cavalheirismo sempre. - ele comentou rindo.
- Nem nos seus sonhos. - falei, empurrando ele e indo até a sala.
- Chegamos. - falei dando de cara com duas loiras.
- Demoraram. - Bobby comentou sem tirar os olhos do livro.
- A gorda aqui, me obrigou a parar de meia em meia hora em alguma lanchonete. - mentiu Dean. 
- Não mente. Foi a sua lata velha que atrasou a gente. - provoquei. Jo e Helen me cumprimentaram. Jo me encarava num certo tom de desafio. Sorri ironicamente na direção dela. 
Helen estava começando a falar quando meu celular começou a tocar. 
- Troca de toque desse celular. - Dean falou indignado. 
- Ah, cala a boca. - falei, virando as costas para atender a ligação.
- Alô! - falei. 
- Alô, Sierra Walker? - alguma coisa naquela voz me deu arrepios. 
- E-Eu mesma. - gaguejei. 
- Meu nome é Joseph Cantara, e sei que vocês estão me procurando. - ele disse, fui até Bobby e entreguei o telefone pra ele sem dizer nada. Eu estava pasma. 
- Você está bem, Sierra? - Sam disse, se aproximando de mim. Confirmei com a cabeça.
- Quem é no telefone? - Jo perguntou, olhando Bobby se afastar de nós.
- Joseph Cantara. - falei, com a boca seca. 
- O bruxo? - perguntou Dean. Confirmei. 
- Eu avisei de que ele saberia que estávamos procurando por ele antes mesmo de começar. - Helen disse, apreensiva. Bobby voltou sorrindo.
- Bom, parece que esse cara é um bruxo do bem. - ele disse, me olhando de relance. 
- Ah, sem essa. - murmurei.
- O que ele queria? - Dean perguntou.
- Ele nos deu o endereço dele. Disse que pode e quer nos ajudar. - Bobby disse simplismente. 
- Era ele mesmo? - Sam desconfiou. 
- Acredite, ele disse coisas sobre mim, que só um médium saberia mesmo. - Bobby explicou.
- Mas ele quer nos ajudar assim, sem mais nem menos? - Dean perguntou.
- Parece que sim. - Bobby disse, suspirando sem paciência.
- E desde quando alguém decide nos ajudar por nada? - Dean falou. 
- Ei. - protestei na hora. Dean me olhou com cara feia. 
- Dean, vocês precisam do máximo de ajuda que vier. - Helen disse.
- E como ele vai nos ajudar? - Sam perguntou a Bobby. 
- Ele me informou mais ou menos onde ele está escondido. Vai nos informar mais quando chegarmos mais perto. - Bobby disse, se servindo de uma dose de wisky.
- Nos informar? Quer dizer que vamos ter que ir até ele? - perguntei.
- É claro que sim, ou você quer que ele venha aqui e faça o trabalho todo? - Bobby me xingou.
- Vão vocês. - falei.
- Não, você deve superar isso. E você tem que estar presente porque você é a especialista em armas aqui. - ele disse alterando a voz. Decidi não discutir. 
Vi pelo canto de olho, que quando Bobby mencionou "especialista em armas", Jo revirou os olhos. Ignorei. 
- Quando nós vamos? - Sam perguntou. 
- Marquei daqui a dois dias. - Bobby disse, me olhando.
Entendi o que ele queria me dizer. Eu tinha dois dia para me preparar psicologicamente. 
Logo depois disso, Jo e Helen resolveram ficar até o dia em que iriamos atrás do tal bruxo. Resolvi recomeçar os estudos da Colt, Sam e Bobby me acompanharam. Dean ficou com o estudo de diários de alguns ex-caçadores, para ver se alguém tinha escrito alguma coisa útil. 
Helen e Jo depois de se instalarem em um dos dois quartos para hospedes de Bobby, resolveram fazer algo para comermos. Depois de alguns minutos, fui a cozinha buscar uma garrafa d'água na geladeira. Cheguei lá e Helen estava cortando legumes e sorriu pra mim. Respondi o sorriso e abri a geladeira.
- Sinto muito pelo seu pai. - Helen disse, um pouco sem jeito.
- Ah, relaxa. - falei. 
- Você se parece bastante com seus pais. - ela disse, eu sorri.
- É, eu sei. - disse fechando a geladeira. - Sinto muito pelo seu marido também. 
Jo riu sarcasticamente. Helen olhou feio na direção dela, que estava no fogão, mexendo em uma panela. Virei as costas, e comecei a ir em direção a sala, quando Helen me chamou.
- Se eu fosse você, não me envolveria tanto com esse caso. - ela falou. 
- Como assim? - perguntei desconfiada. 
- Porque nós sempre perdemos alguém quando nos metemos nessa obsessão dos Winchesters com esse demônio. Você deve saber disso mais do que qualquer outra pessoa. - ela disse como se eu soubesse de algo muito óbvio. 
- O que você quer dizer com isso? - perguntei confusa. Jo parou de mexer nas panelas, virou pra mim e riu.
- Você sabe do que estamos falando. - Jo disse de um jeito que não gostei. 
Sai da cozinha sem dizer mais nada. Os segundos que demorei para voltar até a sala, pareceram uma eternidade. Minha cabeça trabalhava como um furacão, ligando os pontos e falhas que naquela época, ficaram totalmente confusos pra mim. 
Num milésimo de segundo, tudo ficou claro para mim. Eu vinha acreditando numa mentira, me culpando pela morte do meu pai por todos esses anos. 
Uma onda de fúria começou a ferver meu sangue. Eu sentia meu corpo ficar quente de raiva, assim que me aproximava da mesa em que Bobby estava em profundo estado de concentração. 
Empurrei Sam pro lado, tirando-o do meu caminho. Bati as mãos com força na mesa.
- Porque você escondeu isso de mim? - gritei para o Bobby.
- Me mata de ataque cardíaco, garota. - ele disse colocando a mão no coração. Eu ignorei.
- ME RESPONDE! - falei alto. Helen e Jo vieram correndo por causa dos meus gritos. 
- Responder o que!? - Bobby perguntou.
- Sobre o que realmente aconteceu naquele dia! - gritei novamente.
- Você estava lá, você sabe o que aconteceu! Porque isso agora!? - ele perguntou desesperado. 
- NÃO MINTA PRA MIM, SINGER!!! - gritei, Sam e Dean levantaram das cadeiras e se colocaram entre mim e Bobby.
- Do que você está falando? - Dean perguntou.
- De como meu pai morreu. Bobby e seu pai mentiram pra mim! - gritei, tentando segurar o choro.
- Nós não mentimos! - Bobby disse, vindo até mim com desespero. 
- Vocês disseram que era um demônio qualquer, e que tinham conseguido manda-lo de volta ao inferno! Mas não conseguiram! ERA  ESSE ESTÚPIDO DEMÔNIO COM OLHO AMARELO QUE VOCÊS ESTÃO CAÇANDO, NÃO ERA? - berrei. Bobby ficou calado. 
O silêncio era tudo o que eu precisava. Todos estavam muito perplexos para fazer alguma coisa. Sai em direção a porta. Bobby começou a gritar coisas que eu não fazia questão de entender. 
Bati a porta da casa assim que sai, tudo o que consegui entender foi Bobby dizendo: "Seu pai salvou Jhon!"
Peguei as chaves do meu carro e sai correndo pra o único lugar no mundo que me transmitia paz.
~Sierra narrando OFF~ 

sábado, 10 de março de 2012

...Um carro de verdade...


~Sierra narrando ON~ 
- Quem morreu? - ele perguntou indo em direção a cozinha. Fui atrás. 
- Ninguém, ainda. - expliquei o que tinha acontecido. Bobby apenas suspirou, ia responder quando Dean entrou na cozinha.
- O que aconteceu? - perguntou abrindo a geladeira. Olhei pro Bobby, que começou a explicar.
- E agora, eu vou emprestar meu carro pra ela ir até a lá e resolver o caso. - Bobby terminou.
- O que? Sozinha? Fala sério! - ele disse. 
- Ah, nem vem. - falei.
- Você nem deve saber atirar. - Dean disse com cara de deboche. 
- Claro, e você nem consegue achar o gatilho, porque está sempre muito bêbado pra isso. - falei e Bobby riu. Dean ia responder, mas Bobby interrompeu.
- Ok, parem de agir que nem crianças. Pelo ao menos uma vez, por favor. - ele disse.
- Criança é ela. - Dean respondeu. 
- Cala a boca. - falei. Ele me ignorou.
- Você vai deixar ela ir sozinha, Bob? - Dean perguntou.
- Claro, alguém tem que resolver isso. - Bobby respondeu. 
- Então eu vou junto. - Dean disse, e eu me engasguei. 
- Nunca. - falei.
- Não aceito não como resposta. Vou te mostrar como é andar em um carro de verdade. - ele disse fazendo pose. Finji que estava prestes a vomitar, ele revirou os olhos.
- Ok, então está decidido. - Bobby falou virando as costas e indo para a sala.
- Não, não está! Eu não quero esse bêbado na minha cola. - falei irritada, seguindo Bobby.
- Dois caçadores pensam melhor do que um só. - Bobby disse, indo até a mesa de estudo.
- Ah, qual é. Sempre fiz tudo sozinha. - falei irritada.
- Que seja, é sempre bom experimentar coisas novas. Fazer amigos, novos papos. - ele disse ironicamente.
- Não acredito que vou ter que fazer isso. - falei, bem na hora em que Dean soltava um arroto. 
- Vamos logo, antes que mais alguém morra, pirralha. - ele disse virando as costas saindo de casa. Olhei pro Bobby com raiva e sai atrás do bêbado.


A cidadezinha não ficava muito longe dali. Uma hora em uma velocidade razoável. Mas Dean queria jogar na minha cara o que o Impala podia fazer. Ele estava a mais de 120km/h. Ok, era um carro muito legal, mas eu não iria dizer isso pra ele. 
- Talvez, mas tipo, muito talvez, nós poderíamos chegar lá vivos, e não como uma massa uniforme numa caixa. - comentei. Dean apenas sorriu, debochando. 
Fomos até a casa de Jenny, que estava nos esperando na frente da casa. 
- Ai, que bom que você chegou. - Jenny me abraçou, assim que saí do Impala.
- Viemos correndo. - falei.
- Literalmente. - Dean disse orgulhoso. Revirei os olhos. 
- Esse aqui é o meu amig.. meu conhecido. - falei, apresentando Dean a Jenny.
Depois que eles se cumprimentaram, entramos na casa, onde ela nos explicou a situação.
- Então as mortes começaram, depois que essa velha morreu? - perguntou Dean.
- Sim, ela era a dona da fortuna. E desde então, os herdeiros vem morrendo. - Jenny disse olhando para o jornal.
- Algum intervalo entre as mortes? - perguntei.
- Sim, de três em três dias. Sempre antes da meia noite. - ela respondeu.
- A ultima foi quando? - Dean perguntou.
- Antes de ontem. - ela respondeu pra ele, ficando nervosa.
- Faltam quantos herdeiros ainda? - perguntei pegando os jornais que estavam em cima da mesinha.
- Somente um. O médico chefe do hospital da cidade. - ela falou. Pedi o endereço desse médico, no qual ela demorou alguns segundos para escrever no papel. 
- Vamos fazer uma visita ao último herdeiro. - Dean disse, entrando no carro.
- Nossa, sério? Porque você acha que eu peguei o endereço dele? - perguntei ironicamente. 
~Sierra narrando OFF~

~Sam narrando ON~ 
Quando voltei com Jo e Helen para a casa de Bobby, já eram quase quatro da tarde. Só encontramos Bobby em casa, o que me fez ficar um pouco inquieto, me perguntando onde Dean e Sierra estavam a aquela hora do dia. 
Vim explicando para Helen e Jo o que estava acontecendo. Mas não falei que Sierra estava nos ajudando, a pedido de Bobby. Não entendi o porque de ele ter pedido isso, mas não questionei. 
Helen e Jo abraçaram Bobby, que começou a explicar mais detalhadamente a situação. Finalmente, contou que Sierra estava nos ajudando. Jo e Helen apenas se olharam, mas há muito tempo eu aprendi a não questionar essas coisas.
- Já fizeram algum progresso? - Helen perguntou.
- Poucos, tudo o que descobrimos, ou melhor, que desconfiamos, é que se trata de magia. Por isso pedimos para que vocês viessem. - Bobby explicou.
- Porque? Não sabemos nada sobre magia. - Jo argumentou.
- Mas vocês conhecem um suposto bruxo. - Bobby disse.
- Joseph Cantara? - Helen pergunta.
- Ele mesmo. - eu falei.
- Não sabemos onde ele se esconde. Ele muda de lugar, assim que sente que alguém está atras dele. - Helen nos explicou.
- Então, acrescentamos o nome dele na nossa lista de coisas a pesquisar. - Bobby disse respirando fundo, num gesto de irritação.
~Sam narrando OFF~

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sofá, pizza e Friends...


~Sierra narrando ON~ 
A presença de Sam era boa. Como a presença de um primo ou irmão mais velho deveria ser. Tirando o fato de que ele era realmente lindo e não era da minha família...
- Bob pegou no sono. - ele disse vindo em direção ao sofá. 
- Sobra mais pra gente. - disse e rimos.
Estávamos sentados no sofá, comendo pizza e assistindo Friends. E parecia uma noite de pessoas normais, o que era extremamente raro na minha vida.
- Ai, acho que vou estourar! - falei me escorando nas almofadas.
- Claro! Eu nunca tinha visto uma mulher que come tanto que nem você! - Sam disse divertido.
- Ah, até parece que você não comeu um monte também! - me defendi rindo.
- É, mas olha meu tamanho! Eu preciso ter bastante energia pra aguentar. - ele falou esfregando a barriga.
- Ahhhh sai daí! Isso é desculpa de gente gorda! - brinquei e nós gargalhamos.
Ouvi barulhos na porta da entrada e Dean apareceu depois de alguns segundos. Sam e eu continuávamos a rir.
- Bom, eu pensei que era pra vocês estarem trabalhando! - ele disse, com cara desconfiada. Bufei.
- Trabalhamos por nove horas sem parar, enquanto você estava na rua, se embebedando. - falei sem olhar pra ele, ainda com vergonha.
- Não estava bebendo. - Dean disse.
- Claro, e o cheiro de cerveja só te seguiu até aqui. - falei, Sam riu. Dean olhou pra ele.
- Cade o Bobby? - perguntou Dean.
- Dormindo. - Sam e eu respondemos juntos.
- Normal. - Dean disse, indo em direção a mesa de estudos.
- Não meche aí. - avisei. Ele me olhou, me ignorando e pegando meu caderno de anotações. Rolei os olhos.
- Algum avanço? - perguntou com arrogância.
- Não é fácil, querido. - falei ironicamente, ainda sem olha-lo.
- Mas você supostamente é a especialista em armas. - ele disse como se fosse óbvio, e sentou na poltrona.
- Armas normais. E não as que matam demônios. - disse.
- Então sua vinda é totalmente inútil. - Dean disse, bruscamente.
- Dean, dá um tempo. - Sam disse bravo, sem dar tempo para que eu respondesse.
- Ok, não falarei mais da sua amiguinha. - falou Dean, como se eu não estivesse presente. 
- Tem razão, Sam. - falei olhando para o Sam. - Seu irmão só não é um completo idiota, quando não pode falar. 
Levantei e saí da sala quase correndo. Meu sangue fervendo de tanta raiva. 
Qual é a daquele bêbado idiota? Fica o dia todo fora, enchendo a cara. E volta exigindo resultados de uma pesquisa de que ele nem sequer mexeu uma palha pra botar pra frente. 
Se acha o maioral, o inteligente. Maldita hora que eu aceitei ajudar o Bobby.
~Sierra narrando OFF~
~Dean narrando ON~ 
Cheguei em casa morto de fome. Mas o que encontrei me fez perder a fome por alguma razão que eu não sei.
Sierra e Sam estava esparramados pelo sofá, comendo pizza e assistindo Friends. Como duas pessoas normais. Coisa que eles não chegam nem perto de ser. 
- Qual é o seu problema? - Sam perguntou irritado, assim que ela saiu da sala.
- Porque você tá defendendo tanto? Tá afim dela né? - falei e ri.
- Cala a boca Dean. Você não pode falar que ela não está ajudando em nada. - ele disse levantando e indo até a mesa.
- Porque? - perguntei já sabendo a resposta.
- Porque você passou o dia fora. Não ajudou em nada. Enquanto ela cruzou metade do país, só pra ajudar a gente. - Sam disse, cada vez mais irritado.
- Pra ajudar o Bobby, não a gente. - falei.
- É impossível falar como você, Dean. - Sam gritou isso e saiu pra rua pisando firme.
Fiquei vegetando na sala, até Bobby aparecer lá.
- Porque fui acordado com os suaves gritos do seu irmão? - ele perguntou.
- Ele ficou um pouco irritado, depois que eu falei algumas coisas pra nova amiguinha dele. - falei levantando e deitando no sofá.
- Sierra? O que você disse? - ele perguntou.
- Nem me lembro mais. - menti.
- Aham, sei. - ele disse. 
- Não importa. - insisti.
- Que seja. Só vê se não vomita no meu sofá, bêbado. - ele disse voltando ao seu quarto.
- Olha quem falando. - falei e depois de alguns segundos, apaguei.
~Dean narrando OFF~ 
~Sierra narrando ON~ 
Peguei meu carro e dirigi o mais longe possível daquele idiota. Coloquei o celular no modo silencioso, pois Sam e Bobby me ligavam de cinco em cinco minutos.
Acabei pegando no sono no carro mesmo. Acordei com o sol ofuscante nos meus olhos. Olhei a hora no celular: 08:29. Na mesma hora em que Bobby me ligava. Resolvi atender.
- Você é maluca? - ele perguntou com raiva.
- Não, só estava com raiva. E ainda estou, pra falar a verdade. - disse pensativa.
- Venha pra cá agora, temos notícias. - e desligou o telefone na minha cara.
- Claro, educação pra que, né Bob? - falei baixo, enquanto colocava o carro na estrada.
Fui o mais rápido que pude. Cheguei e entrei correndo na casa de Bobby. E dei de cara com os três na sala, me esperando.
- Se eu fosse seu pai, eu te bateria agora! - Bobby disse assim que me viu. 
- Graças a Deus não é, então! - falei debochando.
- Mas isso não me impede de ficar preocupado com você! - ele falou alterando a voz.
- Verdade, ele quase acabou com o estoque de Whisky. - Dean comentou, recebendo olhares furiosos de mim e de Bobby. 
- O que vocês descobriram? - perguntei e olhei pro Sam.
- Com os avanços que a gente fez ontem, por mais que pouco... - ele olhou feio pro Dean nessa parte. - Fiz algumas ligações, e nós temos duas amigas que conhecem um bruxo que talvez possa nos explicar alguma coisa. 
- É, só que o problema é que o cara se esconde. - completou Dean.
- Que amigas? - perguntei a Sam.
- Jo e Helen. - ele respondeu.
- Harvelle? - olhei para o Bobby.
- Sim. Você as conhece? - Sam perguntou.
- Só de nome. - respondi. - Então, elas vão poder nos dizer onde está esse bruxo?
- Não é tão fácil. Sam está indo pra lá agora, pra ver o que elas podem fazer pela gente. Se elas sabem mesmo onde ele está. Eu não quis falar muito por telefone. - Bobby disse.
- Vou junto. - falei.
- Não, você vai ficar aqui estudando a Colt. Sam vai sozinho. - Bobby disse. Revirei os olhos, pois odiava receber ordens. 
- Ok, papai. - falei bufando, sentei na cadeira da mesa de estudo. 
Sam saiu logo depois, no carro de Bobby. Dean ficou olhando TV, enquanto Bob e eu trabalhávamos. Depois de quase duas horas, meu celular tocou.
- Paul McCartney e Michael Jackson? - Dean perguntou incrédulo.
- O que? Essa é música é muito boa. - falei fazendo careta. Atendi.
- Sierra? - reconheci a voz de Jenny, uma amiga.
- Jenny, algo errado? - perguntei estranhando a ligação.
- Comigo não. Mas acredito que tenha algo estranho aqui na cidade. - ela falou sem jeito.
- Algo estranho? Tipo, o meu estranho? - perguntei. Ela riu.
- Sim, o seu tipo de estranho. Pessoas estão morrendo. - ela falou séria.
- Alguma ligação entre as pessoas? - perguntei levantando e indo até a janela.
- São da mesma família... Não sei se isso ajuda. - ela disse sem jeito. 
- Ajuda muito. Estou indo pra aí agora, relaxa. - nos despedimos e sai sem falar nada com ninguém.
Corri até meu carro, mas algo chamou minha atenção. O pneu direito traseiro estava muito murcho. 
- Droga. - voltei até a casa correndo. Abri a porta e gritei. - WINCHESTER! 
   Mas quem me respondeu foi Bobby.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A nova amizade.


~Sierra narrando ON~
- Vocês vão ficar parados ai, me olhando trabalhar? - falei depois de cinco horas. 
- Você tem razão! Não vou ficar olhando você trabalhar. - Dean disse sorrindo, pegou a chave do carro na mesinha de centro e saiu pela porta. Sam suspirou, pegou uma cadeira e sentou na minha frente. 
- Ele é sempre tão idiota assim? - perguntei. 
- Só quando não está dormindo. - Sam disse. Eu ri. 
- Então garotinhas, eu vou dar uma pesquisada nos trabalhos que temos por ai. Por favor, tentem não se matar. Não terei onde enterra-los depois. - Bobby falou, pegou o notebook e saiu.
Tentei disfarçar o constrangimento de ficar sozinha com Sam, depois do episódio da toalha e também pelo o fato de não conhece-lo direito. 
- Tinha seu número de telefone no diário do meu pai. - ele disse, depois de alguns minutos. 
- Imagino que sim, nossos pais eram amigos... - falei, pegando meu caderno de anotações. 
- Eu sei, Bobby nos contou algumas histórias de quando os três caçavam juntos. - Sam falou, sem jeito. Eu sorri.
- Algumas vezes, eu me escondia no banco de trás, pra poder ir junto. - comentei, Sam riu.
- Eles nunca pegavam você? - ele perguntou.
- Todas as vezes. - nós rimos. - Meu pai me mandava ficar no carro, mas eu não aguentava e ia atras deles. Nunca consegui obedecer. - falei.
- E ele te xingava? - perguntou novamente, me olhando com uma cara divertida.
- Sim, mas acho que no fundo ele tinha orgulho de que eu insistisse em participar. - falei. Sam desviou o olhar.
- Sinto muito pelo seu pai... - ele disse.
- Sinto muito pelo o seu também. John ajudou a cuidar de mim quando meu pai morreu. - comentei.
- É, estranho a gente ter se conhecido só agora... - ele disse. Disfarcei.
- É... estranho mesmo. - e logo depois mudei de assunto. 
~Sierra narrando OFF~ 
~Sam narrando ON~ 
Não sei o que aconteceu comigo. Depois da Jess, nunca havia sentido algo parecido com isso. A menina chegou hoje, e já me fez sentir estranho. 
Primeiro Bobby a encheu de elogios. Disse que ela era uma das pessoas mais inteligentes que ele conhecia. E vindo do Bobby, isso quer dizer muito. 
Quando ela chegou, me surpreendi com o jeito dela. Com a coragem, eficacia e naturalidade que enfrentou as suspeitas do meu irmão.
O jeito de como ela ficou envergonhada com o fato de aparecer só de toalha de banho na frente da gente. Claro, como sempre, Dean demonstrou sua insensibilidade. 
E o fato que me deixa mais intrigado, é que eu não consigo parar de lembrar dela lá, parada na porta da sala do Bobby, só de toalha...
No silêncio da sala, eu não conseguia me concentrar com esses pensamentos na minha mente. Ainda mais com ela, aqui na minha frente. Tão focada no estudo da Colt, nem se quer imaginando o que se passa na minha cabeça.
- Acho que desconfio de algo... - ela murmurou fazendo com que eu acordasse dos meus devaneios.
- O que? - perguntei confuso.
- Desconfio do que o Sammuel Colt colocou na arma. Mas se for isso mesmo, estamos ferrados. - ela disse a ultima parte olhando pra mim com um sorriso debochado.
- O que você acha? Magia? - chutei.
- Provávelmente. Mas é só uma hipotese. Vamos rezar pra que seja uma coisa mais simples e fácil de repetir. - disse. Eu ri fraco.
- É tão ruim assim? - perguntei fechando um livro e pegando um outro. 
- Depende. Mas mesmo assim, cara. Eu odeio bruxaria. - ela disse com cara de nojo.
- Experiencias ruins? - perguntei fazendo ela rir.
- Péssimas. - falou num tom que deixa claro que não queria tocar no assunto.
- Tá com fome? - mudei de assunto rapidamente. 
- Morrendo. - ela disse se espreguiçando.
- Vou ligar pra algum lugar. Que comida você quer? 
- Pizza. Qualquer sabor, tamanho família. - ela disse. Arregalei os olhos, e ela gargalhou.
~Sam narrando OFF~